O
uso da informação como recurso estratégico é um grande diferencial para o
sucesso das organizações, só que a correta utilização da informação neste
sentido vai depender do modelo de gestão adotado. Diante da infinidade de
enfoques dados ao conceito de informação percebemos que o que melhor se encaixa
no tema abordado é o que Davenport e Prusak apresentam no livro Ecologia da
Informação, mostrando a sua relação e distinção com o dado e o conhecimento:
Tabela 1.1 – Dados, informação e conhecimento
Dados
|
Informação
|
Conhecimento
|
Simples observações
sobre o estado do mundo
Facilmente
estruturado
• Facilmente obtido
por máquinas
• Freqüentemente
quantificado
• Facilmente
transferível
|
Dados dotados de
relevância e propósito
• Requer unidade de
análise
• Exige consenso em
relação ao significado
• Exige
necessariamente a mediação humana
|
Informação valiosa
da mente humana
Inclui reflexão,
síntese, contexto
• De difícil
estruturação
• De difícil captura
em máquinas
• Freqüentemente
tácito
• De difícil transferência
|
Fonte:
DAVENPORT e PRUSAK, 1998, p. 18
Sobre
o uso adequado da informação como instrumento de gestão, Leitão (1993, p. 118)
destaca a importância de se dispor sempre de informação atualizada e da
existência de mecanismos que a façam chegar rapidamente ao conhecimento dos
gerentes. Nesta conhecida sociedade da informação.
Estamos imersos hoje, ao menos segundo alguns
sociólogos, em uma “sociedade do conhecimento” ou “sociedade da informação”,
dominada por especialistas e seus métodos científicos. Segundo alguns
economistas, vivemos em uma “economia da informação”, caracterizada pela
expansão das atividades relacionadas com a produção e a difusão do
conhecimento. [...](BURKE, 2002 apud KOBASHI e TÁLAMO, 2003, p. 10).
Há
muito as empresas perceberam que com o aumento da competitividade é preciso
planejar para não fracassar. O planejamento associado à administração pode ser
sinteticamente definido como a antecipação dos cenários de atuação e o
estabelecimento dos correspondentes objetivos organizacionais.
Nas
organizações vamos ter três tipos de planejamento, de acordo com os níveis
hierárquicos: planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento
operacional. Estes vão distinguir entre si de acordo com o prazo para
aplicação, abrangência das atividades e responsabilidade dos níveis
hierárquicos, mas devem ser realizados de maneira integrada.
Figura 1.1-Níveis de decisão e tipos de planejamento
Fonte:
OLIVEIRA, 2002, p.45
No caso desse
estudo, vamos nos ater ao planejamento estratégico, seus principais elementos e
ferramentas para implantação. Planejar estrategicamente é planejar para atingir
o objetivo, baseado em não apenas uma alternativa, mas em várias de forma
flexível, pensando e repensando o rumo a que cada alternativa pode nos levar, e
visando sempre qual delas nos trará o êxito da melhor forma, prática e com
economia de recursos, sem prejudicar a eficiência.
Alguns
conceitos de planejamento estratégico:
Tabela 1.2 – Conceitos de planejamento estratégico
STONER E FREEMAN, 1994, p. 136 (apud ATAMANCZUK e KOVALESKI, 2008).
|
É
o processo de estabelecer objetivos e as linhas de ação adequada para
alcançá-los. Estes objetivos podem ser quantitativos ou qualitativos e
envolverem diversos fatores em sua formulação como a cultura organizacional.
|
OLIVEIRA
(2002, p. 48)
|
É
o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se
estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado
grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada.
|
MAXIMIANO, 2004 (apud ATAMANCZUK
e KOVALESKI, 2008).
|
É
um processo que define os objetivos organizacionais que a empresa deve
alcançar e facilita a escolha dos melhores caminhos para atingi-los. Deve
envolver todas as áreas da organização e pode ser subdividido em estratégias
operacionais para facilitar sua aplicabilidade.
|
Tanto
para Stoner e Freeman, como para Maximiano o planejamento estratégico é um
processo que visa à definição de objetivos. Stoner e Freeman destacam os
diversos fatores envolvidos nos objetivos. Ambas as definições falam em linhas
de ação, ou escolhas dos melhores caminhos para atingir os objetivos, e
Maximiano frisa que deve haver o envolvimento de todas as áreas da organização.
Já Oliveira define o planejamento estratégico como um processo administrativo
que estabelecerá o método para definir a melhor direção incluindo interação com
o ambiente e atuação inovadora e diferenciada.
Vejamos
agora alguns passos necessários para a elaboração de um planejamento
estratégico:
De
acordo com Oliveira, (2002, p.68) podemos dividir o planejamento estratégico em
quatro fases distintas: Diagnóstico estratégico, missão da empresa,
instrumentos prescritivos e quantitativos e Controle e avaliação.
Diagnóstico estratégico é nesta fase
que estabelecemos a visão da empresa e realizamos as análises interna e externa
do ambiente, bem como a análise dos concorrentes. “É aqui que a organização vai
se municiar de informação para o seu direcionamento estratégico, através da
análise e do monitoramento de seus ambientes interno e externo”. (ANDION e
FAVA, s/d., p. 28). “Podemos conceituar a visão
como sendo um modelo mental de um estado futuro altamente desejável,
compartilhado pelos dirigentes e colaboradores da organização.” (COSTA, 2006,
p. 33)
Ambiente
é tudo aquilo que interfere nos negócios da empresa e que a empresa não tem
ação sobre esta coisa. Através da análise do ambiente da organização é que
vamos identificar as oportunidades e ameaças, os pontos fortes que devem ser
aproveitados e os pontos fracos com os quais se deve tomar cuidado.
Sobre a informação extraída da
análise dos ambientes e o seu uso na formulação de estratégias, encontramos um
conceito em Miranda (1999, p. 87) que diz: “informação estratégica é a
informação obtida do monitoramento estratégico que subsidia a formulação de
estratégias pelos tomadores de decisão nos níveis gerenciais da organização.”
Figura 1.2- Gerenciamento da informação
Fonte: McGEE, J.,
PRUSAK, L. 1994
As tarefas do
gerenciamento da informação são: Identificação de Necessidades e Requisitos de
Informação, Classificação e Armazenamento de Informação/Tratamento e
Apresentação de Informação e Desenvolvimento de produtos e Serviços de
Informação. Distribuição e Disseminação da Informação e para finalizar a
Análise e Uso da Informação.
Os autores
identificaram alguns estilos de Gerência da Informação e para isso utilizaram
uma metáfora política representando cinco estados: Utopia tecnocrática –
valorização de novas tecnologias, Anarquia – ausência da gerência da
informação, Feudalismo – gerenciamento por unidades de negócios, Monarquia –
organização feita pelos líderes e o Federalismo – baseada no consenso e na
negociação.
A
realização do diagnóstico estratégico deve retratar bem a análise dos ambientes,
pois tomando como base as informações coletadas é que vamos ao estabelecimento
da missão da empresa. Para isso é
preciso refletir sobre a missão da empresa, pensar para que serve a empresa? De
acordo com Oliveira, (2005, p.91) “a missão é a determinação do motivo central
do planejamento estratégico, ou seja, a determinação de “onde a empresa quer
ir” e de sua “razão de ser.”
Corresponde a um horizonte dentro do qual a empresa atua ou poderá atuar.”. É
nesta fase também que teremos o estabelecimento dos propósitos atuais e
potenciais, a estruturação e debates de cenários, o estabelecimento da postura
estratégica e das macroestratégicas e macropolíticas.
A
fase seguinte ao estabelecimento da missão é a definição dos instrumentos prescritivos e quantitativos, nesta
é feita a análise básica de “como chegar na situação que se deseja” através do
estabelecimento de objetivos, desafios e metas, de estratégias e políticas
funcionais, e dos projetos e planos de ação. Objetivo – é o alvo ou situação que se pretende atingir. Aqui se
determina para onde a empresa deve dirigir seus esforços. Devem ser poucos e
bem definidos. E a Meta –
corresponde aos passos ou etapas, perfeitamente quantificados e com prazos para
alcançar os desafios e objetivos, é a quantificação do objetivo.
A
quarta e última fase são o Controle e
avaliação envolve processos de: Avaliação
de desempenho; Comparação do
desempenho real com os objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos; Análise dos desvios dos objetivos,
desafios, metas e projetos estabelecidos;
e Tomada de ação corretiva
provocada pelas análises efetuadas.
“O Ciclo PDCA
foi desenvolvido na década de 20, por Walter A. Shewart, sendo difundido
posteriormente por Deming. É uma ferramenta que auxilia o controle do processo,
podendo ser usado de forma contínua para o gerenciamento das atividades de uma
organização. Compõe-se de quatro fases: Planejar, Executar, Verificar e Atuar
corretivamente, Embora antigo, ainda é bastante atual e extremamente útil,
desde que adaptado a nova realidade”. (JUSTUS, s/d., p.5)
Figura 1.3- Ciclo PDCA
Vamos
agora apresentar algumas ferramentas que podem ser utilizadas para a implantação
do Planejamento estratégico:O Balanced Scorecard e o Planejamento ágil:
O
balanced scorecard é um instrumento de gestão
organizacional, capaz de Fornecer um referencial de análise da estratégia
orientada para a criação de valor de futuro, estruturado segundo quatro
diferentes perspectivas (KAPLAN e NORTON, 2000 apud BERGUE, 2005): Financeira,
Cliente, Processo de negócio internos, e Aprendizado e crescimento das pessoas.
E essas quatro perspectivas são relacionadas entre si a partir da estratégia
organizacional.
Figura 1.4- Perspectivas do Balanced Scorecard
Fonte: Wikipédia,
2007
REFERÊNCIAS
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gestão da segurança da informação e da gestão do conhecimento. Brasília:
UnB, 2009. (Tese de doutorado)
BERGUE, Sandro Trescastro.
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Rio Grande do Sul. Porto Alegre, v. 22, n. 38, p. 84-105, jul./dez. 2005
COHEN, M. F. Alguns aspectos
do uso da informação na economia da informação. Ci. Inf. Brasília, v.31, n. 3, p. 26-36, set./dez. 2002.
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2006.
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tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. São Paulo: Futura, 1998.
JUSTUS, W. Planejamento estratégico ou gestão
estratégica? Disponível em: <
http://www.sagres.org.br/biblioteca/plangest.pdf>. Acesso em: 08/09/2011.
KOBASHI, N. Y., TÁLAMO, M.
F. G. M. Informação: fenômeno e objeto de estudo da sociedade contemporânea. Transinformação. Campinas 15(Edição
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LEITÃO, D. M. A informação
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22(2): 118-123, maio/ago. 1993.
MCGEE, J., PRUSAK, L. Gerenciamento estratégico da informação: aumente
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MIRANDA, R. C. da R., O uso
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OLIVEIRA,
Djalma de Pinho Rebouças de. Estratégia
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Planejamento estratégico: conceitos,
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